Nobre, Fernando
Actual presidente da AMI, nasceu em Luanda, a 16/12/1951. Filho de José Alves Ribeiro Nobre e de Maria Alice de La Vieter Nobre, é o primeiro médico da família. Sempre quis seguir a carreira de docente universitário ou de “médico de mato”, como o próprio afirma.
Mudou-se para Kinshasa em 1963, por opção do seu pai, onde viveu até 1966, quando se mudou para Bruxelas. Aqui frequentou a Universidade Livre de Bruxelas, onde se licenciou em Medicina. Especializou-se em Cirurgia Geral e posteriormente em Urologia, especialidade que lhe permitiu ser o primeiro médico português a ganhar o prémio internacional de Urologia. Leccionou as disciplinas de Anatomia e Embriologia no Hospital Universitário de Bruxelas.
Casou pela primeira vez em Bruxelas, onde nasceram os dois primeiros filhos. Visitou Portugal em 1975, onde voltou a casar e onde nasceram os dois filhos mais novos.
Trabalhava há um ano quando se inscreveu, em 1978, nos Médicos Sem Fronteiras, tendo participado em reuniões e tendo feito a sua primeira missão em Fevereiro de 1981, no Irão, quando já ia avançado na sua especialização em cirurgia.
Em 1983 Barata Feyo perguntou-lhe se estaria interessado em fundar uma instituição semelhante aos Médicos Sem Fronteiras em Portugal, ideia da qual saiu a fundação da AMI. Esta instituição foi fundada em Portugal, a 5 de Outubro de 1984, ainda Fernando Nobre se encontrava em Bruxelas. Um ano depois, mudou-se para Portugal para dar corpo ao seu projecto, impedindo que este se afundasse como uma instituição meramente política e legal, segundo as palavras do próprio.
Começou por fundar uma instituição com um objectivo de assistência médica internacional mas actualmente a AMI tem também uma vertente social, ambiental e de direitos humanos. Para a fundação da AMI contou, nos seus primórdios, apenas com o apoio da sua irmã. Os apoios externos chegaram quando a instituição começou a apresentar resultados.
Participou em mais de 250 missões de estudo, coordenação e assistência humanitária, como cirurgião, em mais de 70 países. A par do seu trabalho na AMI tinha um consultório privado, no qual dava consultas quando se encontrava em Portugal.
Desempenhou inúmeros cargos associados à medicina e à política, tendo-se candidatado a presidente da república em 2010, como independente, com o melhor resultado alguma vez conseguido por um político na sua situação.
Aos 50 anos encerrou a carreira clínica, deixou de ser o técnico, dedicando-se actualmente à parte administrativa da AMI e sendo professor catedrático convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Durante o seu percurso escreveu vários livros e recebeu vários prémios, entre os quais o de Doutor Honoris Causa da FML, Medalha de Ouro dos Direitos Humanos da Assembleia da República e a Legião de Honra de França.
Defende que a Medicina é “uma das profissões mais lindas do mundo, se soubermos integrar o conhecimento técnico-científico com a componente humanitária”.
É, segundo as suas palavras, “um embondeiro plantado algures numa ilha mítica do Mediterrâneo”. Será sempre recordado como o médico e fundador da AMI, bem como o ex – candidato às presidenciais.
Alexandra Castelo, Bruno Silva, Gonçalo Gerardo, Ricardo Gomes