Lacerda, José Caetano Sousa Pereira (1861 - 1911)
Nasceu na Ilha de São Jorge. Filho de Maria Silveira de Sousa e de João Caetano de Sousa e Lacerda, influente político e proprietário de inúmeros bens. A família Lacerda teve uma grande importância na história dos Açores, apresentando naturalidades muito dispersas, desde a ilha do Pico, como é o caso dos seus avós paternos João Caetano de Sousa e Lacerda e Maria Utília Forjaz de Lacerda, até à ilha de S. Jorge de que são exemplo os seus avós maternos Manuel Joaquim Marques Brasil e Rosa Silveira. José Lacerda era o mais velho de quatro irmãos, dos quais se viria a destacar na área musical o seu irmão mais novo, Francisco Inácio Lacerda. Passou a sua infância em contacto íntimo com a Natureza e quando ainda era adolescente, foi viver para a ilha Terceira, onde estudou no Liceu de Angra do Heroísmo.
Em 1892, casou com Maria Doroteia Sousa, que acabou por falecer com tuberculose casando-se novamente em 1897 com Estefânia Beatriz Sousa. Em 1894 José Lacerda concluiu a formação na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Ainda na capital exerceu Medicina no Hospital de São José e foi assistente de Doenças Mentais no Hospital de Rilhafoles. Em 1895, concluiu a sua tese de final de curso Os Neurasténicos, que abordava a doença mental de uma forma.
Publicou artigos em vários periódicos como nos Arquivos de Medicina, onde escreveu sobre Hipnologia, na Medicina Contemporânea, no Jornal da Sociedade de Ciências Médicas, na Alma Social, n´A Justiça e n´A Luta. Aos 27 anos publicou duas obras poéticas, Hecatombe e Flor de Pântano que, embora não lhe trouxessem grande prestígio, fizeram com que ficasse conhecido como escritor de “poesia científica”.
Em 1901, concorreu a Professor da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, escrevendo em cinco semanas Esboços de Patologia Social e ideias sobre Pedagogia geral, onde reflecte tudo quanto existia de mais moderno sobre o “mal-de-viver”. Ainda no mesmo ano foi eleito deputado às Cortes por Angra do Heroísmo, pelo Partido Regenerador, participando activamente na legislatura de 1902-1904.
Em 1909, faleceu a sua segunda mulher, igualmente vítima de tuberculose. Dois anos mais tarde e pela mesma enfermidade, morre José Lacerda aos 50 anos de idade, na sua casa no Estoril.
Fábio Teles, Maria Carolina Carvalho, Tiago Souto, Tomás Pessoa e Costa